Desenvolvida pela healthtech brasileira brain4care, vencedora do Projeto Startups Anahp 2019, essa tecnologia traz para a rotina da assistência dos hospitais uma informação até então não disponível para todos em função dos riscos dos métodos invasivos. Com a brain4care, médicos podem, por exemplo, tomar decisões mais assertivas sobre o momento de tirar um paciente de um coma induzido. Isso contribui para desfechos mais positivos e seguros para o paciente, além de impactos no incremento dos resultados financeiros do sistema de saúde, independentemente do modelo de atuação da instituição.
Um sensor de monitorização não invasiva de variações da pressão e complacência intracraniana está ampliando as perspectivas do acompanhamento e dos desfechos de muitos casos de pacientes neurocríticos. Essa tecnologia chamada brain4care, desenvolvida pela healthtech brasileira de mesmo nome, está presente no CONAHP 2022 – Congresso Nacional de Hospitais Privados, que acontece em 10 e 11 de novembro, em São Paulo (SP). Além do estande com demonstração da tecnologia, a brain4care participa da sessão pôster, na qual apresenta os resultados clínicos e econômicos obtidos por meio da aplicação da tecnologia no manejo individualizado da pressão arterial média e no manejo de pacientes sedados e intubados na UTI em quatro hospitais brasileiros. Vale ressaltar que em 2019, a brain4care foi a vencedora do Projeto Startups Anahp, do CONAHP.
Em um dos relatos de caso – Autorregulação cerebral e detecção de hipertensão intracraniana em paciente com traumatismo craniano e acometido por Covid-19 – a redução de tempo de internação do paciente foi de 20 dias, devido o uso da tecnologia, que permitiu, entre outros aspectos, maior pertinência dos cuidados e segurança para o paciente, além de otimização dos recursos. Nesse caso específico, a economia foi de R$ 200 mil.
disruptiva, simples e acessível
Na prática, a tecnologia brain4care é constituída por um sensor que posicionado externamente na cabeça do paciente capta as mínimas movimentações da caixa craniana, fornecendo aos médicos em tempo real, informações sobre como está a pressão e a complacência intracraniana. As informações captadas são transmitidas para a cloud da brain4care, onde algoritmos consolidam as informações em gráficos e relatórios, transmitidos em minutos para o médico que pode visualizá-los em um dispositivo (um tablet ou um smartphone, por exemplo) conectado à internet.
Isso é disruptivo na medicina e na ciência porque antes dessa tecnologia, obter dados sobre a pressão intracraniana só era possível por meio de procedimentos invasivos, como o método padrão ouro que se trata da inserção cirúrgica de um cateter na caixa craniana do paciente. Também inovador no setor da saúde é o modelo de negócios da brain4care, que semelhante aos serviços de streaming conhecidos, como Spotify e Netflix, oferece a monitorização deste parâmetro a organizações de saúde por meio de um valor mensal fixo, bastante competitivo. Com isso, o acesso à tecnologia é viável em termos de investimento a grandes hospitais, operadoras de saúde, clínicas e pequenos consultórios.
atuação antes do agravamento dos sintomas
A complacência intracraniana, por sua vez, não estava presente na rotina clínica. No entanto, estudos científicos mostraram que ter a informação sobre a pressão intracraniana não é suficiente como indicador da saúde do cérebro. Isso porque o interior do crânio é composto de três elementos: tecido, sangue arterial e venoso e líquor. O equilíbrio entre o volume desses elementos e a pressão intracraniana é o que se chama de complacência intracraniana. É um aspecto tão importante que o cérebro tem uma reserva compensatória para manter a pressão intracraniana normal em caso de desequilíbrios, como tumores cerebrais, AVCs, hidrocefalia ou mesmo problemas sistêmicos como doenças nos rins, fígado e coração.
Portanto, a pressão intracraniana estará normal até essa reserva compensatória acabar. “Mas, se verificarmos a complacência intracraniana, vamos saber que existe algo errado antes da reserva compensatória do cérebro se exaurir e do agravamento dos sintomas do paciente. Com isso, nossa tecnologia permite ao médico, muitas vezes, atuar de modo preditivo, evitando, inclusive, a ocorrência de sequelas no paciente”, explica Gustavo Friegieri, diretor científico da brain4care.
acordar no momento certo do coma induzido
Na medicina intensiva ter a possibilidade de observar a complacência craniana traz inúmeros benefícios. Por exemplo, o monitoramento não invasivo auxilia o médico a saber com mais segurança se já está no momento de “acordar” um paciente colocado em coma induzido. Para isso, ele checa se a complacência intracraniana está normal. Antes, o médico contava apenas com a avaliação do estado clínico do paciente para tomar a decisão.
sobre a brain4care
A brain4care é uma healthtech brasileira de base científica que desenvolve e oferta tecnologia pioneira de monitorização não invasiva de variações de pressão e complacência intracraniana. Isso é feito por meio de um dispositivo wearable (um sensor posicionado na cabeça do paciente com uma banda de fixação), acessível e de baixo custo, conectado via internet a uma plataforma analítica, que fornece em poucos minutos informações adicionais que qualificam o diagnóstico, orientam a terapêutica e indicam evolução de distúrbios neurológicos. Por sinal, distúrbios neurológicos são a segunda causa mundial de morte prematura e a primeira de incapacidades, de acordo com estudo publicado na The Lancet Neurology*.
Fundada em 2014 pelo físico e químico Sérgio Mascarenhas (1928-2021) e acelerada no Vale do Silício pela Singularity University em 2017, a brain4care obteve liberação da tecnologia pela Anvisa em 2019, pelo FDA em 2021 e encontra-se em utilização comercial em mais de 50 hospitais e clínicas no Brasil. Além disso, conta com 56 publicações científicas de estudos realizados em centros de referência como USP, Unifesp, Universidade do Porto, Cleveland Clinic e Mayo Clinic. Atualmente, a brain4care prepara sua expansão para o mercado internacional e conta com escritórios no Brasil, em São Paulo e São Carlos, e nos Estados Unidos, em Atlanta.
CONAHP 2022 – Estande brain4care 50
10 e 11 de novembro, das 9h às 18h – Transamérica Expo Center – HALL C e D – Av. Dr. Mário Vilas Boas Rodrigues, 387 – Santo Amaro, São Paulo –
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